Neste blog você encontrará informações e comentários sobre as intervenções públicas e eventos que afetam a vida dos moradores do Bairro da Água Branca - Operação Urbana Consorciada Água Branca, impactos de vizinhança dos eventos realizados na Arena Allianz Parque, trânsito, segurança, meio ambiente e muito mais. Participe!
OPERAÇÃO URBANA CONSORCIADA ÁGUA BRANCA
A comunidade da Zona Oeste quer informações mais detalhadas sobre todas as intervenções previstas na Operação Urbana Consorciada Água Branca. Quer a realização de Audiências Públicas Temáticas (drenagem, patrimônio, viário, equipamentos públicos, mudanças climáticas, uso e ocupação do solo dentre outros), e de Audiências Públicas Devolutivas, com tempo suficiente para compreensão do problema e debates/proposições, visando o estabelecimento de um diálogo maduro, responsável, competente e comprometido com a sustentabilidade e a qualidade de vida de nossos bairros e moradores.
domingo, 15 de janeiro de 2012
CHEGA DE DOR E SOFRIMENTO NA LUZ
Entidades, movimentos, moradores, mandatos parlamentares, profissionais de saúde, igrejas, defensoria pública, conselhos de juventude, criança e adolescente, estão denunciando as ações truculentas do Governo do Estado e Prefeitura de São Paulo na região dos bairros da Luz e Santa Ifigênia, chamada de cracolândia.
Esta articulação pede o fim da ação dos governos estadual e municipal denominada "Sufoco - Dor e Sofrimento", fim das torturas impostas as pessoas que vivem nas ruas nesta região e que precisam de cuidados e serviços públicos, articulados e planejados, visando resolver o problema e garantindo respeito e dignidade a toda e qualquer pessoa, esteja ela em situação de rua ou usuária de drogas.
Manifesto
"Desde o dia 3 de janeiro, a região da Luz no centro de São Paulo, conhecida como “cracolândia”, vem sendo palco de uma ostensiva ocupação militar com quase 300 PMs, dos quais 152 são da Rota (tropa de elite), 12 bombeiros, helicóptero, 117 carros, 26 motos, 12 cães farejadores e 40 cavalos. O aparato de guerra tem abertamente o intuito de reprimir uma população pobre, em parte consumidora de crack, majoritariamente formada por moradores de rua ou pessoas em situação de rua.
A “guerra às drogas”, ou nesse caso mais especificamente a “guerra ao crack” – como se fosse possível guerrear contra uma substância e não contra pessoas – tem servido como pretexto para os governos estadual de Geraldo Alckmin (PSDB) e municipal de Gilberto Kassab (PSD) implementarem o processo violento de higienização e criminalização da pobreza. A denominada Ação Integrada Centro Legal, ou “Operação Sufoco”, orquestrada pela prefeitura com o governo do estado, já conta com inúmeras denúncias de abuso de autoridade, racismo, violação de direitos humanos e tortura, e infelizmente ainda não foi questionada com veemência pelo governo federal.
Se a operação militar por si só já é motivo para rechaço e indignação, por militarizar seletivamente questões sociais e de saúde, os interesses por trás de sua sustentação são capazes de piorar ainda mais o quadro. Pouco importa o que será dos que ali vivem ou frequentam. Se existisse essa preocupação a abordagem não só não seria policial e violenta, mas por meio de assistentes sociais e agentes de saúde, como não poderia trazer como resultado a total dispersão daqueles a quem supostamente se quereria alcançar. Se as autoridades afirmam que o crack é questão de saúde pública, a prática evidencia o contrário. Se publicamente alegam que a ação é para combater o tráfico, fica visível que a repressão está voltada para o usuário, atingindo no máximo o que se chama de “peixe pequeno” (vide a apreensão de apenas meio quilo de crack), aquele que em grande maioria recorre ao comércio ilegal para sustentar seu próprio consumo, e está longe do estereótipo perigoso que a polícia usa para justificar sua violência.
A política de causar “dor e sofrimento”, nas palavras do próprio coordenador de Políticas sobre Drogas do governo, Luiz Alberto Chaves de Oliveira, tem o claro objetivo de “limpar” aquelas pessoas dali de modo a abrir espaço para a implementação do projeto Nova Luz, que prevê a demolição de um terço das construções da região para a reconstrução e valorização do espaço com vistas ao lucro da especulação imobiliária – financiadora esta dos políticos que ocupam o poder.
A internação compulsória – dispositivo no qual pessoas em condição de consumo de crack são internadas à força sob ordem judicial em clínicas sem a menor regulamentação ou qualidade – tampouco tem como objetivo o cuidado com as pessoas, já que pesquisas patrocinadas pela ONU como apresentou o PROAD (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes) indicam que a eficácia de internações contra a vontade é de apenas 2%. Legitimadas pela demonização do crack e por um imaginário social mais baseado em medo do que em informações (estimuladas pela grande mídia e pelos discursos de nossos políticos), medidas de terrorismo de Estado como essa vêm se tornando mais frequentes, não por acaso à medida em que se aproximam a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil.
O crack na região da Luz aparece como o sintoma de um problema infinitamente maior. O consumo abusivo desta droga nestes contextos não é a causa, mas sim a consequência de falta de moradia, emprego, saúde, educação, enfim, condições dignas de vida às quais todos temos direito.
Nesse sentido, nos articulamos no intuito de denunciar e enfrentar a ação militar impetrada por nossos governantes, e reivindicar condições dignas a todos aqueles que estão marginalizados de seus direitos mínimos. No caso do uso problemático do crack ou qualquer outra droga, defendemos um tratamento de saúde que tenha como base a autonomia e o respeito ao indivíduo, com o fortalecimento e ampliação da rede inter-setorial de atenção psicossocial.
O Churrasco Comunitário Luz Livre reuniu milhares de pessoas nas ruas Helvétia e Dino Bueno, no bairro da Luz, no sábado dia 14 de janeiro de 2012, em protesto contra a Operação "Dor e Sofrimento" dos governos estadual e municipal de SP.
Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura (ACAT-Brasil) Ação da Cidadania SP Ação da Cidadania, Contra a Fome, Miséria e pela Vida – SP Ação e Cidadania Planeta 21 Amparar – Associação de Amigos e Familiares de Presos ANEL – Assembléia Nacional dos Estudantes Livres Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasmesp) Associação de Moradores e amigos da Santa Ifgênia e Luz (AMOALUZ) Associação Pró Falsêmicos (Aprofe) Associação Sem Teto da cidade de São Paulo (ASTC-SP) Associação Vida em Ação Avoa núcleo artístico Barricadas Abrem Caminhos Bloco do Saci do Bixiga Brava Cia de Teatro Buraco D´oráculo Campo Debate Socialista Cedeca Interlagos Central de Movimentos Populares (CMP) Centro de Convivência É de Lei Centro Franciscano Chá do Padre (Sefras) Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos Cia Antropofágica de Teatro Cia do Latão Cia Estável de Teatro Cia Ocamorana de Teatro Cia Parlendas de Teatro Cia São Jorge de Variedades Ciranda Internacional de Comunicação Compartilhada Circulo Palmarino Coletivo Desentorpecendo A Razão (DAR) Comitê para a Democratização da Informática – SP Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça Cooperativa Paulista de Teatro Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CONDEPE-SP) Conselho Regional de Psicologia (CRP) de São Paulo Conselho Regional de Serviço Social do Estado de São Paulo Contraponto CSP – Conlutas Dolores Bocaaberta Mecatrônica Estudo de Cena Espaço Cultural Latino-americano (ECLA) Folias D´ Arte – Grupo de teatro Fórum Popular de Saúde Mental da Região do ABCDMRR Forum Regional de Defesa do Direito da Criança e do Adolescente – Sé Frente Estadual Antimanicomial de São Paulo Fórum Centro Vivo Fórum da Esquerda Fórum de Juventudes RJ Forum Regional de Defesa do Direito da Criança e do Adolescente – Sé Frente de Luta por Moradia (FLM) Grupo de Estudos Pandiá Calógeras (GEPC) Grupo de Luta pela Diversidade Sexual Instituto Cultural Lyndolpho Silva (ICLS) Instituto Práxis de Direitos Humanos Juventude Libre Kiwi Cia de Teatro Mandato Deputado Estadual Adriano Diogo (PT) Mandato Deputado Estadual Carlos Giannazi (PSOL) Mandato Deputado Federal Ivan Valente (PSOL) Mandato Vereador Carlos Neder (PT) Mandato Vereador Ítalo Cardoso (PT) Mandato Vereadora Juliana Cardoso (PT) Marcha da Maconha – SP Marcha da Maconha – Recife Marcha Mundial das Mulheres Militância em Ambientes Virtuais do PT – (MAVPTSP) Movimento Água Branca Movimento de Moradia da Região Central – MMRC Movimento de Teatro de Rua Movimento dos Trabalhadores de Teatro Movimento dos Sem Juízo Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) Movimento Nacional de Luta Antimanicomial Movimento Nacional do Povo de Rua Movimento Negro Unificado – MNU Movimento ParaTodos São Paulo Movimento Passe Livre – MPL-SP Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) NEILS (Núcleo de Estudos de Ideologias e Lutas Sociais (PUC) Núcleo de Direito à Cidade da Faculdade de Direito da USP Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (NEIP) Núcleo Pavanelli de Teatro de Rua e Circo Ocupa Sampa Partido Comunista Brasileiro – PCB Pró Centro – Sustentável Promotora Legal Popular PSOL-SP PSTU Rede 2 de Outubro Rede de Juventudes de Favela – RJ Rede Estadual de Saúde Mental e Economia Solidária Rede Internúcleos da Luta Antimanicomial – SP Roda do Fomento Setorial de Direitos Humanos do PSOL Sindicato dos Guardas Civis de São Paulo – Sindguardas Sindicato dos Metroviários de SP Sindicato dos Trabalhadores da Saude do Estado de São Paulo – SindSAÚDE Tribunal Popular – O Estado no banco dos réus Trupe Olho da Rua – Santos – SP UneAfro União da Juventude Comunista – SP União de Movimentos de Moradia – UMM-SP Unidos Pra Lutar!
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